por felipeek » Seg Jun 02, 2014 21:08
Suponha uma função de duas variáveis F(x,y).
Eu queria saber, precisamente, a diferença entre derivar esta função parcialmente e "não parcialmente" em relação a x, por exemplo.
Ou seja, a diferença entre:

e

É sabido que:

A partir deste resultado, me vem a ideia que quando fazemos

estamos levando em conta que y depende de x, ou algo do tipo. E quando fazemos

parece que y não depende de x ou que ignoramos este fato.
Se alguém pudesse me dar uma ajudada a entender melhor a diferença destas duas derivadas, ia me ajudar muito!
Valeu

@edit: Queria deixar claro que o meu problema não é o cálculo destas derivadas, e sim entender a diferença teórica entre elas!
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por Russman » Seg Jun 02, 2014 21:37
Você está no caminho certo! Sua observação é bastante pertinente. Mas...
No caso em que y e x são variáveis independentes (isto é, os valores que uma pode assumir não depende dos valores que a outra pode assumir) de uma função F(x,y) as derivadas total e parcial com relação a mesma variável se confundem. Ou seja, acabam calculando a mesma função. O que não é verdade no caso contrário.
Esta confusão é mero resultado do significado de derivação parcial. De fato, o que você está fazendo ao operar uma função de duas ou mais variáveis com a derivação parcial é derivá-la com relação a uma de suas variáveis tomando todas as outras constantes. Se a função depende de duas variáveis e você a deriva parcialmente com relação a uma delas é o mesmo que seccionar a superfície definida por essa função e estudar a secção no ponto de vista da variável de derivação.
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por felipeek » Seg Jun 02, 2014 22:04
Russman escreveu:Você está no caminho certo! Sua observação é bastante pertinente. Mas...
No caso em que y e x são variáveis independentes (isto é, os valores que uma pode assumir não depende dos valores que a outra pode assumir) de uma função F(x,y) as derivadas total e parcial com relação a mesma variável se confundem. Ou seja, acabam calculando a mesma função. O que não é verdade no caso contrário.
Esta confusão é mero resultado do significado de derivação parcial. De fato, o que você está fazendo ao operar uma função de duas ou mais variáveis com a derivação parcial é derivá-la com relação a uma de suas variáveis tomando todas as outras constantes. Se a função depende de duas variáveis e você a deriva parcialmente com relação a uma delas é o mesmo que seccionar a superfície definida por essa função e estudar a secção no ponto de vista da variável de derivação.
Valeu Russman, isso ajudou bastante! Ainda tenho algumas dúvidas
Russman escreveu:Se a função depende de duas variáveis e você a deriva parcialmente com relação a uma delas é o mesmo que seccionar a superfície definida por essa função e estudar a secção no ponto de vista da variável de derivação.
Vamos supor que eu derive uma função F(x,y) parcialmente em relação a
x, por exemplo, e obtenha uma nova função que dependa de ambos
x e
y. Neste caso, qual seria o sentido de y neste resultado? Seria y uma variável que simplesmente determina qual a "secção" que eu desejo "estudar", digamos assim? Por exemplo, ao tomar y=2, a função F'(x,2) mostraria a variação da variável x na secção de z e x com y fixado em 2. É por aí?
Outra pergunta, qual seria então o sentido da derivada
total de F com relação a x?
Valeu!
@edit: pensei um pouco: Se y for função de x, a
derivada total de F seria então simplesmente a taxa de variação de x com relação a F? Pois como y depende de x, era como se F fosse uma função de uma só variável
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por Russman » Seg Jun 02, 2014 22:21
felipeek escreveu:Vamos supor que eu derive uma função F(x,y) parcialmente em relação a x, por exemplo, e obtenha uma nova função que dependa de ambos x e y. Neste caso, qual seria o sentido de y neste resultado? Seria y uma variável que simplesmente determina qual a "secção" que eu desejo "estudar", digamos assim? Por exemplo, ao tomar y=2, a função F'(x,2) mostraria a variação da variável x na secção de z e x com y fixado em 2. É por aí?
Exatamente. Por exemplo, considere a função

. Ao tomar a derivada parcial desta função com relação a x você obtém uma nova função

dada por

A função obtida é uma
família de funções lineares
em x, no sentido de que as inclinações são dependentes de y como facilmente se vê.
Note que se ao invés de trabalharmos com

variável e o substituíssemos por uma valor constante, por exemplo,

teríamos

de onde

que exemplifica bem a tecnologia da derivação parcial.
felipeek escreveu:Outra pergunta, qual seria então o sentido da derivada total de F com relação a x?
A derivação total considera não só a dependência
explícita de uma certa variável na função de interesse como a
implícita. Suponha que você esteja estudando uma função

onde

. Ou seja, a variável

esta parametrizada. Desta forma a própria função F varia com o parâmetro

de modo que a derivada total calcula exatamente como se dá esta variação.
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por felipeek » Ter Jun 03, 2014 12:25
Russman escreveu:A derivação total considera não só a dependência
explícita de uma certa variável na função de interesse como a
implícita. Suponha que você esteja estudando uma função

onde

. Ou seja, a variável

esta parametrizada. Desta forma a própria função F varia com o parâmetro

de modo que a derivada total calcula exatamente como se dá esta variação.
Pode se dizer então que, de uma maneira bem geral, o uso da
derivação total em funções de duas ou mais variáveis é útil quando as variáveis independentes desta função tem alguma
relação entre si ou com alguma outra variável? Relações diretas entre elas, como por exemplo F(x, y(x)) ou mesmo parametrizações como você destacou
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Assunto:
método de contagem
Autor:
sinuca147 - Seg Mai 25, 2009 09:10
Veja este exercício:
Se A = {

} e B = {

}, então o número de elementos A

B é:
Eu tentei resolver este exercício e achei a resposta "três", mas surgiram muitas dúvidas aqui durante a resolução.
Para determinar os elementos do conjunto A, eu tive de basicamente fazer um lista de vinte dividido por todos os números naturais maiores que zero e menores que vinte e um, finalmente identificando como elementos do conjunto A os números 1, 2, 4, 5, 10 e 20. Acho que procedi de maneira correta, mas fiquei pensando aqui se não existiria um método mais "sofisticado" e prático para que eu pudesse identificar ou ao menos contar o número de elementos do conjunto A, existe?
No processo de determinação dos elementos do conjunto B o que achei foi basicamente os múltiplos de cinco e seus opostos, daí me surgiram estas dúvidas:
existe oposto de zero?
existe inverso de zero?
zero é par, certo?
sendo x um número natural, -x é múltiplo de x?
sendo z um número inteiro negativo, z é múltiplo de z?
sendo z um número inteiro negativo, -z é múltiplo de z?
A resposta é 3?
Obrigado.
Assunto:
método de contagem
Autor:
Molina - Seg Mai 25, 2009 20:42
Boa noite, sinuca.
Se A = {

} você concorda que n só pode ser de 1 a 20? Já que pertence aos naturais?
Ou seja, quais são os divisores de 20? Eles são seis: 1, 2, 4, 5, 10 e 20.
Logo, o conjunto A é
A = {1, 2, 4, 5, 10, 20}
Se B = {

} você concorda que x será os múltiplos de 5 (positivos e negativos)? Já que m pertence ao conjunto Z?
Logo, o conjunto B é
B = {... , -25, -20, -15, -10, -5, 0, 5, 10, 15, 20, 25, ...
Feito isso precisamos ver os números que está em ambos os conjuntos, que são:
5, 10 e 20 (3 valores, como você achou).
Vou responder rapidamente suas dúvidas porque meu tempo está estourando. Qualquer dúvida, coloque aqui, ok?
sinuca147 escreveu:No processo de determinação dos elementos do conjunto B o que achei foi basicamente os múltiplos de cinco e seus opostos, daí me surgiram estas dúvidas:
existe oposto de zero? sim, é o próprio zero
existe inverso de zero? não, pois não há nenhum número que multiplicado por zero resulte em 1
zero é par, certo? sim, pois pode ser escrito da forma de 2n, onde n pertence aos inteiros
sendo x um número natural, -x é múltiplo de x? Sim, pois basta pegar x e multiplicar por -1 que encontramos -x
sendo z um número inteiro negativo, z é múltiplo de z? Sim, tais perguntando se todo número é multiplo de si mesmo
sendo z um número inteiro negativo, -z é múltiplo de z? Sim, pois basta pegar -z e multiplicar por -1 que encontramos x
A resposta é 3? Sim, pelo menos foi o que vimos a cima
Bom estudo,

Assunto:
método de contagem
Autor:
sinuca147 - Seg Mai 25, 2009 23:35
Obrigado, mas olha só este link
http://www.colegioweb.com.br/matematica ... ro-natural
neste link encontra-se a a frase:
Múltiplo de um número natural é qualquer número que possa ser obtido multiplicando o número natural por 0, 1, 2, 3, 4, 5, etc.
Para determinarmos os múltiplos de 15, por exemplo, devemos multiplicá-lo pela sucessão dos números naturais:
Ou seja, de acordo com este link -5 não poderia ser múltiplo de 5, assim como 5 não poderia ser múltiplo de -5, eu sempre achei que não interessava o sinal na questão dos múltiplos, assim como você me confirmou, mas e essa informação contrária deste site, tem alguma credibilidade?
Há e claro, a coisa mais bacana você esqueceu, quero saber se existe algum método de contagem diferente do manual neste caso:
Para determinar os elementos do conjunto A, eu tive de basicamente fazer um lista de vinte dividido por todos os números naturais maiores que zero e menores que vinte e um, finalmente identificando como elementos do conjunto A os números 1, 2, 4, 5, 10 e 20. Acho que procedi de maneira correta, mas fiquei pensando aqui se não existiria um método mais "sofisticado" e prático para que eu pudesse identificar ou ao menos contar o número de elementos do conjunto A, existe?
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