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problema de função

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Mensagempor rcpn » Qui Abr 10, 2014 11:15

Caro amigos do site! Estou enviando uma questão de função associada a um problema que a meu ver não faz muito sentido. Dado que f(2) = 1 e f(u.v) = f(u) + f(v) para quaisquer números reais positivos u e v obtenha:
a) f(4)
b) f(8)
c) f(1)
d) f(1/2)
e) f(raiz de 2)

O que eu não estou entendendo nessa questão é que f(u.v) representa x e y no par ordenado ou seja: x seria o domínio e y seria o contradomínio? Os valores alternativos que ele usa da letra a) até a letra e) não foram compreendidos por mim. Gostaria de uma ajuda. Desde já agradeço a atenção.
rcpn
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Re: problema de função

Mensagempor Russman » Qui Abr 10, 2014 17:29

Você entendeu errado. O domínio da função é, certamente, o conjunto Real dado que
rcpn escreveu:para quaisquer números reais positivos u e v


O que o enunciado quer dizer com f(u.v) é a função calculada para o produto de u e v. Por exemplo, se u=2 e v=3, então você calculará com esses valores f(6). Esta função possui uma propriedade interessante. Se você aplicar esta função em um produto a resposta(ou imagem) será a soma da aplicação dessa função em u e v separadamente. Você não conhece nenhuma função com essa propriedade? Ela é famosa!! Não há no mundo estudante de Matemática que não já tenha trabalhado com ela.

Mas, mesmo que você não lembre que função é, não é necessário conhecê-la explicitamente para resolver o exercício. O dado é que f(2) = 1. Este é o ponto de partida. Para calcular as aplicações da função em outros números teremos de manipular este resultado.
A aplicação f(4) é, claramente, calculável. Note que, da propriedade, f(4) = f(2.2) = f(2) + f(2). Assim, rapidamente, f(4) = 1+1 = 2.
A aplicação f(8) decorre, imediatamente, do resultado anterior. Podemos tomar 8=2.4 e teremos f(8) = f(2.4) = f(2) + f(4) = 1 + 2 = 3.

A aplicação f(1) não parece, a princípio, trivial. Mas, na realidade, é a mais trivial de todas. Note que2=2.1. Daí, f(2.1) = f(2) + f(1) de onde
f(2) = f(2) + f(1) \Rightarrow f(1) = 0. ( A essa altura já percebemos que as aplicações capturam numéros conhecido, não?)

A próxima aplicação nos desafia um pouco mais. Precisamos manipular os resultado que já temos para calcular f(1/2), que não aprece ser trivial. De fato, não é. Façamos uma constatação rápida. Se tomarmos v=u, então f(u.v) = f(u^2) = f(u) + f(u) = 2f(u). Se tomarmos v=u^2, então f(u.v) = f(u^3) = f(u) + f(u) + f(u) = 3f(u). Parece que, extrapolando essas operações, f(u^n) = n.f(u). Agora, a função que estamos manipulando está bem na cara! kk
Com isso podemos, num ato de, por hora, fé, extender a propriedade concebida para qualquer n inteiro de modo que f(1/2) = f(2^{-1}) = -1.f(2) = -1.

A última aplicação é trivial. f( \sqrt{2} \sqrt{2}) = f(\sqrt{2}) + f(\sqrt{2}) \Rightarrow f(2) = 2f(\sqrt{2})  \Rightarrow f(\sqrt{2}) = 1/2.

(:
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Re: problema de função

Mensagempor e8group » Sex Abr 11, 2014 16:45

A resposta acima estar globalmente correta . Só acrescentado um dos meus raciocínios ...

Primeiramente , o enunciado faz menção da vericidade da propriedade para u,v arbitrários positivos ,pelo que certamente o domínio da nossa função é (0,+\infty) , já q sempre u,v em (0,+\infty) implica u\cdot v em (0,+\infty). Então ,admitiremos que y = f(x) , f : (0,+\infty) \mapsto \mathbb{R} goza desta propriedade e f(2) = 1 .

Dado x > 0 e p,q naturais .

Temos ,

(1) f(x) = f(x \cdot 1) = f(x) + f(1) , \forall x > 0  \therefore  f(1) = 0 .

(2)f(x^p) = f( \underbrace{x \cdot x \cdots x }_{p \text{vezes}} ) = \underbrace{f(x) + \hdots f( x) }_{p \text{vezes}} = p f(x) = p \cdot f(x) = p f(x)

(3) pf(x) = f(x^p) = f(x^{pq/q}) = f((x^{p/q})^q ) = f( \underbrace{x^{p/q} \cdot x^{p/q} \cdots x^{p/q} }_{q \text{vezes}} )  = \underbrace{f(x^{p/q}) + \hdots f( x^{p/q}) }_{q \text{vezes}}  = q \cdot f(x^{p/q}))  \therefore f(x^{p/q}) = (p/q) f(x)

(4) 0 = f(1) = f(x^{p/q-p/q}) = f(x^{p/q} \cdot x^{-p/q}) = f(x^{p/q}) + f(x^{-p/q}) = (p/q)f(x) + f(x^{-p/q}) \therefore [tex] f(x^{-p/q}) = (-p/q)x

Conclusão , de (3) e (4) , para qualquer racional r , teremos f(x^r) = r f(x) .

Para r irracional as coisas não são tão triviais , não vejo uma forma de provar para r irracional .

Se tivesse como provar que f(x^r) = r f(x) r para irracional , logo f(x^r) = r f(x) para qualquer r real , quando fazemos x = 2 ,obteríamos f(2^r) = r = log_2(2^r)  \implies  f(x) = log_2(x)
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Re: problema de função

Mensagempor Russman » Sex Abr 11, 2014 17:30

Boa demostração, santhiago! Eu sabia que alguém o faria. Tanto que comentei:
Russman escreveu:Com isso podemos, num ato de, por hora, fé, estender a propriedade concebida para qualquer inteiro


De fato, a função que estamos trabalhando é a logarítmica e a condição inicial implica que a base deve ser o 2. O elemento do domínio x^r é real, sendo r racional ou não.
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Assunto: método de contagem
Autor: sinuca147 - Seg Mai 25, 2009 09:10

Veja este exercício:

Se A = {x \in Z \hspace{1mm} | \hspace{1mm} \frac{20}{x} = n, n \in N} e B = {x \in R \hspace{1mm} | \hspace{1mm} x = 5m, m \in z}, então o número de elementos A \cap B é:

Eu tentei resolver este exercício e achei a resposta "três", mas surgiram muitas dúvidas aqui durante a resolução.

Para determinar os elementos do conjunto A, eu tive de basicamente fazer um lista de vinte dividido por todos os números naturais maiores que zero e menores que vinte e um, finalmente identificando como elementos do conjunto A os números 1, 2, 4, 5, 10 e 20. Acho que procedi de maneira correta, mas fiquei pensando aqui se não existiria um método mais "sofisticado" e prático para que eu pudesse identificar ou ao menos contar o número de elementos do conjunto A, existe?

No processo de determinação dos elementos do conjunto B o que achei foi basicamente os múltiplos de cinco e seus opostos, daí me surgiram estas dúvidas:

existe oposto de zero?
existe inverso de zero?
zero é par, certo?
sendo x um número natural, -x é múltiplo de x?
sendo z um número inteiro negativo, z é múltiplo de z?
sendo z um número inteiro negativo, -z é múltiplo de z?

A resposta é 3?

Obrigado.


Assunto: método de contagem
Autor: Molina - Seg Mai 25, 2009 20:42

Boa noite, sinuca.

Se A = {x \in Z \hspace{1mm} | \hspace{1mm} \frac{20}{x} = n, n \in N} você concorda que n só pode ser de 1 a 20? Já que pertence aos naturais?
Ou seja, quais são os divisores de 20? Eles são seis: 1, 2, 4, 5, 10 e 20.
Logo, o conjunto A é A = {1, 2, 4, 5, 10, 20}

Se B = {x \in R \hspace{1mm} | \hspace{1mm} x = 5m, m \in z} você concorda que x será os múltiplos de 5 (positivos e negativos)? Já que m pertence ao conjunto Z?
Logo, o conjunto B é B = {... , -25, -20, -15, -10, -5, 0, 5, 10, 15, 20, 25, ...

Feito isso precisamos ver os números que está em ambos os conjuntos, que são: 5, 10 e 20 (3 valores, como você achou).

Vou responder rapidamente suas dúvidas porque meu tempo está estourando. Qualquer dúvida, coloque aqui, ok?

sinuca147 escreveu:No processo de determinação dos elementos do conjunto B o que achei foi basicamente os múltiplos de cinco e seus opostos, daí me surgiram estas dúvidas:

existe oposto de zero? sim, é o próprio zero
existe inverso de zero? não, pois não há nenhum número que multiplicado por zero resulte em 1
zero é par, certo? sim, pois pode ser escrito da forma de 2n, onde n pertence aos inteiros
sendo x um número natural, -x é múltiplo de x? Sim, pois basta pegar x e multiplicar por -1 que encontramos -x
sendo z um número inteiro negativo, z é múltiplo de z? Sim, tais perguntando se todo número é multiplo de si mesmo
sendo z um número inteiro negativo, -z é múltiplo de z? Sim, pois basta pegar -z e multiplicar por -1 que encontramos x

A resposta é 3? Sim, pelo menos foi o que vimos a cima


Bom estudo, :y:


Assunto: método de contagem
Autor: sinuca147 - Seg Mai 25, 2009 23:35

Obrigado, mas olha só este link
http://www.colegioweb.com.br/matematica ... ro-natural
neste link encontra-se a a frase:
Múltiplo de um número natural é qualquer número que possa ser obtido multiplicando o número natural por 0, 1, 2, 3, 4, 5, etc.

Para determinarmos os múltiplos de 15, por exemplo, devemos multiplicá-lo pela sucessão dos números naturais:

Ou seja, de acordo com este link -5 não poderia ser múltiplo de 5, assim como 5 não poderia ser múltiplo de -5, eu sempre achei que não interessava o sinal na questão dos múltiplos, assim como você me confirmou, mas e essa informação contrária deste site, tem alguma credibilidade?

Há e claro, a coisa mais bacana você esqueceu, quero saber se existe algum método de contagem diferente do manual neste caso:
Para determinar os elementos do conjunto A, eu tive de basicamente fazer um lista de vinte dividido por todos os números naturais maiores que zero e menores que vinte e um, finalmente identificando como elementos do conjunto A os números 1, 2, 4, 5, 10 e 20. Acho que procedi de maneira correta, mas fiquei pensando aqui se não existiria um método mais "sofisticado" e prático para que eu pudesse identificar ou ao menos contar o número de elementos do conjunto A, existe?