• Anúncio Global
    Respostas
    Exibições
    Última mensagem

Trapézio

Trapézio

Mensagempor Guilherme Carvalho » Ter Abr 24, 2012 14:40

Demonstre que o segmento que une os pontos médios dos lados não paralelos de um trapézio é paralelo às bases, e sua medida é a média aritmética das medidas das bases.
Guilherme Carvalho
Usuário Dedicado
Usuário Dedicado
 
Mensagens: 45
Registrado em: Qui Mar 03, 2011 12:39
Formação Escolar: GRADUAÇÃO
Área/Curso: Engenharia Mecatrônica
Andamento: cursando

Re: Trapézio

Mensagempor Russman » Ter Abr 24, 2012 18:18

Vamos construir um trapézio analiticamente, isto é, construir uma função que quando observado seu gráfico tenhamos a forma de um trapézio!

Seja f(x) uma função definida da seguinte forma para o intervalo [0,c]

f(x)=\left\{\begin{matrix}
kx & , 0\leq x \leq   a \\ 
 r & , a < x \leq b \\ 
 -kx + m &, b < x \leq c 
\end{matrix}\right.

Os pontos médios dos lados adjacentes são calculados respectivamente por {P}_{1} e {P}_{2}:

{x}_{{P}_{1}} = \frac{0+a}{2} = \frac{a}{2}
{y}_{{P}_{1}} = \frac{0+ka}{2} = \frac{ka}{2}
{x}_{{P}_{2}} = \frac{b+c}{2}
{y}_{{P}_{2}} = \frac{-kb+m +0}{2} =\frac{m-kb}{2}.

Agora temos de calcular a declividade da reta g(x) = \varepsilon x+\alpha e mostrar que a mesma é nula, isto é, a reta que liga os pontos {P}_{1} e {P}_{2} é paralela ao eixo x onde se estende a base maior do trapézio. Identificando o sistema, temos

\left\{\begin{matrix}
 \frac{m-kb}{2} = \varepsilon  \frac{b+c}{2} + \alpha \\ 
 \frac{ka}{2} = \varepsilon \frac{a}{2} + \alpha 
\end{matrix}\right.

Observando-se que r = ka = -kb +m \Rightarrow  m = k(a+b) podemos simplificar o sistema para
\left\{\begin{matrix}
\frac{ka}{2} = \varepsilon  \frac{b+c}{2} + \alpha \\ 
 \frac{ka}{2} = \varepsilon \frac{a}{2} + \alpha 
\end{matrix}\right.

de onde, após um processo algébrico, chega-se em \varepsilon (b+c-a) = 0. Portanto, ou \varepsilon\equiv 0( identicamente 0, isto é, 0 para todo intervalo) ou b+c = a. Como por hipótese a < b < c e são todos positivos, a segunda alternativa é descartada. Assim, provamos que \varepsilon = 0 para quaisquer valores de a,b e c e , portanto, que a reta que liga os pontos médios é paralela as bases do trapézio.
"Ad astra per aspera."
Russman
Colaborador Voluntário
Colaborador Voluntário
 
Mensagens: 1183
Registrado em: Sex Abr 20, 2012 22:06
Formação Escolar: PÓS-GRADUAÇÃO
Área/Curso: Física
Andamento: formado

Re: Trapézio

Mensagempor Russman » Ter Abr 24, 2012 19:11

Para calcular a medida da reta que liga os pontos médios usemos, por formalidade, a fórmula que calcula o comprimento de uma curva plana contínua para algum interválo e suficientemente diferenciável. Seja S o comprimento da curvaf(x). Então:

S = \int_{x_{1}}^{x_{2}}\sqrt{1+{f'}^{2}(x)}dx .

A funçãof(x) é f(x) = \alpha definida para o intevalo [\frac{a}{2},\frac{b+c}{2}]. Assim, o comprimento S é portanto

S = \int_{\frac{a}{2}}^{\frac{b+c}{2}}dx = \frac{b+c-a}{2}, uma vez que \alpha é uma constante e sua derivada com relação a x é nula.

Veja, agora, que o comprimento da base maior é c e o da base menor é b-a. Assim, a média aritimética entre eles é \frac{b+c-a}{2}. Este valor é exatamente o comprimento da reta que liga os pontos médios. Portanto está demosntrado o enunciado.
"Ad astra per aspera."
Russman
Colaborador Voluntário
Colaborador Voluntário
 
Mensagens: 1183
Registrado em: Sex Abr 20, 2012 22:06
Formação Escolar: PÓS-GRADUAÇÃO
Área/Curso: Física
Andamento: formado

Re: Trapézio

Mensagempor LuizAquino » Qui Abr 26, 2012 12:01

Guilherme Carvalho escreveu:Demonstre que o segmento que une os pontos médios dos lados não paralelos de um trapézio é paralelo às bases, e sua medida é a média aritmética das medidas das bases.


Russman escreveu:Vamos construir um trapézio analiticamente, isto é, construir uma função que quando observado seu gráfico tenhamos a forma de um trapézio!

Seja f(x) uma função definida da seguinte forma para o intervalo [0,c]

f(x)=\left\{\begin{matrix}
kx & , 0\leq x \leq   a \\ 
 r & , a < x \leq b \\ 
 -kx + m &, b < x \leq c 
\end{matrix}\right.

Os pontos médios dos lados adjacentes são calculados respectivamente por {P}_{1} e {P}_{2}:

{x}_{{P}_{1}} = \frac{0+a}{2} = \frac{a}{2}
{y}_{{P}_{1}} = \frac{0+ka}{2} = \frac{ka}{2}
{x}_{{P}_{2}} = \frac{b+c}{2}
{y}_{{P}_{2}} = \frac{-kb+m +0}{2} =\frac{m-kb}{2}.

Agora temos de calcular a declividade da reta g(x) = \varepsilon x+\alpha e mostrar que a mesma é nula, isto é, a reta que liga os pontos {P}_{1} e {P}_{2} é paralela ao eixo x onde se estende a base maior do trapézio. Identificando o sistema, temos

\left\{\begin{matrix}
 \frac{m-kb}{2} = \varepsilon  \frac{b+c}{2} + \alpha \\ 
 \frac{ka}{2} = \varepsilon \frac{a}{2} + \alpha 
\end{matrix}\right.

Observando-se que r = ka = -kb +m \Rightarrow  m = k(a+b) podemos simplificar o sistema para
\left\{\begin{matrix}
\frac{ka}{2} = \varepsilon  \frac{b+c}{2} + \alpha \\ 
 \frac{ka}{2} = \varepsilon \frac{a}{2} + \alpha 
\end{matrix}\right.

de onde, após um processo algébrico, chega-se em \varepsilon (b+c-a) = 0. Portanto, ou \varepsilon\equiv 0( identicamente 0, isto é, 0 para todo intervalo) ou b+c = a. Como por hipótese a < b < c e são todos positivos, a segunda alternativa é descartada. Assim, provamos que \varepsilon = 0 para quaisquer valores de a,b e c e , portanto, que a reta que liga os pontos médios é paralela as bases do trapézio.


A ideia básica de sua demonstração (considerando o trapézio em \mathbb{R}^2) está ok. Mas na definição da função f, no intervalo (b, c], não necessariamente o coeficiente angular é -k.

Uma sugestão é montar a função considerando que os vértices do trapézio são A=(0, 0), B=(c, 0), C=(b, r) e D=(a, r), sendo que 0 < a < b < c e r > 0. Nesse caso, a função será:

f(x)=\left\{\begin{array}{ll}
\dfrac{r}{a}x, & 0 \leq x \leq a \\ \\
r, & a < x \leq b \\ \\
\dfrac{r}{c-b}(c-x), & b < x \leq c
\end{array}\right.

Entretanto, note que para montar a função f você está considerando que os vértices do trapézio estão em \mathbb{R}^2 . Mas e se eles estiverem em \mathbb{R}^3 ?

Russman escreveu:Para calcular a medida da reta que liga os pontos médios usemos, por formalidade, a fórmula que calcula o comprimento de uma curva plana contínua para algum interválo e suficientemente diferenciável. Seja S o comprimento da curvaf(x). Então:

S = \int_{x_{1}}^{x_{2}}\sqrt{1+{f'}^{2}(x)}dx .

A funçãof(x) é f(x) = \alpha definida para o intevalo [\frac{a}{2},\frac{b+c}{2}]. Assim, o comprimento S é portanto

S = \int_{\frac{a}{2}}^{\frac{b+c}{2}}dx = \frac{b+c-a}{2}, uma vez que \alpha é uma constante e sua derivada com relação a x é nula.

Veja, agora, que o comprimento da base maior é c e o da base menor é b-a. Assim, a média aritimética entre eles é \frac{b+c-a}{2}. Este valor é exatamente o comprimento da reta que liga os pontos médios. Portanto está demosntrado o enunciado.


Aqui você não precisa usar os conhecimentos de Cálculo. Você poderia usar apenas os conhecimentos sobre Geometria Analítica. Nesse caso, por exemplo, utilizar a fórmula para a distância entre pontos.

Vejamos agora uma demonstração usando apenas os conhecimentos de G. A..

A figura abaixo ilustra o trapézio ABCD, sendo M e N os pontos médios, respectivamente, de AD e BC.

figura.png
figura.png (2.42 KiB) Exibido 9222 vezes


Sabemos que:

M = \frac{A+D}{2}

N = \frac{B+C}{2}

Temos então que:

\overrightarrow{MN} = N - M = \frac{B+C}{2} - \frac{A+D}{2} = \frac{B - A}{2} + \frac{C - D}{2} = \frac{1}{2}\overrightarrow{AB} + \frac{1}{2}\overrightarrow{DC}

Como \overrightarrow{AB} // \overrightarrow{DC}, existe um escalar k (diferente de zero, pois \overrightarrow{AB} e \overrightarrow{DC} não são vetores nulos), tal que \overrightarrow{AB} = k\overrightarrow{DC} .

Sendo assim, temos que:

\overrightarrow{MN} = \left(\frac{k}{2} + \frac{1}{2}\right) \overrightarrow{DC}

Como \overrightarrow{MN} = m \overrightarrow{DC} , com m = \frac{k}{2} + \frac{1}{2}, temos que \overrightarrow{MN} // \overrightarrow{DC} . Já que também temos que \overrightarrow{DC} // \overrightarrow{AB} , teremos então que \overrightarrow{MN} // \overrightarrow{AB} .

Por outro lado, temos que:

\overrightarrow{AB} = k\overrightarrow{DC} \implies \left\|\overrightarrow{AB}\right\| =\left\| k\overrightarrow{DC}\right\| \implies \frac{\left\|\overrightarrow{AB}\right\|}{\left\| \overrightarrow{DC}\right\|} = |k|

Note que essa divisão não tem problema, pois os vetores não são nulos. Além disso, como esses vetores possuem o mesmo sentido (vide a figura), temos que k é positivo. Desse modo, podemos apenas escrever que:

k = \frac{\left\|\overrightarrow{AB}\right\|}{\left\| \overrightarrow{DC}\right\|}

Portanto, teremos que:

\overrightarrow{MN} = \left(\frac{k}{2} + \frac{1}{2}\right) \overrightarrow{DC}

\left\|\overrightarrow{MN}\right\| = \left\|\left(\frac{\left\|\overrightarrow{AB}\right\|}{2\left\| \overrightarrow{DC}\right\|} + \frac{1}{2}\right) \overrightarrow{DC}\right\|

\left\|\overrightarrow{MN}\right\| = \left|\frac{\left\|\overrightarrow{AB}\right\| + \left\| \overrightarrow{DC}\right\|}{2\left\| \overrightarrow{DC}\right\|}\right| \left\|\overrightarrow{DC}\right\|

Note que o numerador e o denominador da fração são escalares positivos. Portanto, podemos retirar o módulo "||" e ficar apenas com:

\left\|\overrightarrow{MN}\right\| = \frac{\left\|\overrightarrow{AB}\right\| + \left\| \overrightarrow{DC}\right\|}{2\left\| \overrightarrow{DC}\right\|} \left\|\overrightarrow{DC}\right\|

\left\|\overrightarrow{MN}\right\| = \frac{\left\|\overrightarrow{AB}\right\| + \left\| \overrightarrow{DC}\right\|}{2}

Observação: Note que toda a argumentação acima é válida não importando se os vértices A, B, C e D estão em \mathbb{R}^2 ou \mathbb{R}^3 .
professoraquino.com.br | youtube.com/LCMAquino | @lcmaquino

"Sem esforço, não há ganho."
Dito popular.
Avatar do usuário
LuizAquino
Colaborador Moderador - Professor
Colaborador Moderador - Professor
 
Mensagens: 2654
Registrado em: Sex Jan 21, 2011 09:11
Localização: Teófilo Otoni - MG
Formação Escolar: PÓS-GRADUAÇÃO
Área/Curso: Mestrado - Modelagem Computacional
Andamento: formado


Voltar para Geometria Analítica

 



  • Tópicos relacionados
    Respostas
    Exibições
    Última mensagem

Quem está online

Usuários navegando neste fórum: Nenhum usuário registrado e 3 visitantes

 



Assunto: Proporcionalidade
Autor: silvia fillet - Qui Out 13, 2011 22:46

Divida o numero 35 em partes diretamente proporcionais a 4, 10 e 14. Em seguida divida o mesmo numero em partes proporcionais a 6, 15 e 21. explique por que os resultados sao iguais.


Assunto: Proporcionalidade
Autor: silvia fillet - Sáb Out 15, 2011 10:25

POR GENTILEZA PODEM VERIFICAR SE O MEU RACIOCINIO ESTÁ CERTO?

P1 = K.4 SUBSTITUINDO K POR 1,25 P1= 5
P2 = K.10 SUBSTITUINDO K POR 1,25 P2= 12,50
P3 = K.13 SUBSTITUINDO K POR 1,25 P3= 17,50

P1+P2+P3 = 35
K.4+K.10+K.13 = 35
28 K = 35
K= 1,25


P1 = K.6 SUBSTITUINDO K POR 0,835 P1= 5
P2 = K.15 SUBSTITUINDO K POR 0,835 P2 = 12,50
P3 = K.21 SUBSTITUINDO K POR 0,835 P3 = 17,50
K.6+K.15+K.21 = 35
42K = 35
K= 0,833


4/6 =10/15 =14/21 RAZÃO = 2/3

SERÁ QUE ESTÁ CERTO?
ALGUEM PODE ME AJUDAR A EXPLICAR MELHOR?
OBRIGADA
SILVIA


Assunto: Proporcionalidade
Autor: ivanfx - Dom Out 16, 2011 00:37

utilize a definição e não se baseie no exercícios resolvidos da redefor, assim você terá mais clareza, mas acredito que sua conclusão esteja correto, pois o motivo de darem o mesmo resultado é pq a razão é a mesma.


Assunto: Proporcionalidade
Autor: Marcos Roberto - Dom Out 16, 2011 18:24

Silvia:
Acho que o resultado é o mesmo pq as razões dos coeficientes e as razões entre os números são inversamente proporcionais.

Você conseguiu achar o dia em que caiu 15 de novembro de 1889?


Assunto: Proporcionalidade
Autor: deiasp - Dom Out 16, 2011 23:45

Ola pessoal
Tb. estou no redefor
O dia da semana em 15 de novembro de 1889, acredito que foi em uma sexta feira


Assunto: Proporcionalidade
Autor: silvia fillet - Seg Out 17, 2011 06:23

Bom dia,
Realmente foi uma sexta feira, como fazer os calculos para chegar ?


Assunto: Proporcionalidade
Autor: ivanfx - Seg Out 17, 2011 07:18

Para encontrar o dia que caiu 15 de novembro de 1889 você deve em primeiro lugar encontrar a quantidade de anos bissextos que houve entre 1889 à 2011, após isso dá uma verificada no ano 1900, ele não é bissexto, pois a regra diz que ano que é múltiplo de 100 e não é múltiplo de 400 não é bissexto.
Depois calcule quantos dias dão de 1889 até 2011, basta pegar a quantidade de anos e multiplicar por 365 + 1 dia a cada ano bissexto (esse resultado você calculou quando encontrou a quantidade de anos bissextos)
Pegue o resultado e divida por 7 e vai obter o resto.
obtendo o resto e partindo da data que pegou como referência conte a quantidade do resto para trás da semana.


Assunto: Proporcionalidade
Autor: silvia fillet - Seg Out 17, 2011 07:40

Bom dia,
Será que é assim:
2011 a 1889 são 121 anos sendo , 30 anos bissextos e 91 anos normais então temos:
30x366 = 10.980 dias
91x365 = 33.215 dias
incluindo 15/11/1889 - 31/12/1889 47 dias
33215+10980+47 = 44242 dias

44242:7 = 6320 + resto 2

è assim, nâo sei mais sair disso.


Assunto: Proporcionalidade
Autor: ivanfx - Seg Out 17, 2011 10:24

que tal descontar 1 dia do seu resultado, pois 1900 não é bissexto, ai seria 44241 e quando fizer a divisão o resto será 1
como etá pegando base 1/01/2011, se reparar bem 01/01/2011 sempre cai no mesmo dia que 15/01/2011, sendo assim se 01/01/2011 caiu em um sábado volte 1 dia para trás, ou seja, você está no sábado e voltando 1 dia voltará para sexta.então 15/11/1889 cairá em uma sexta


Assunto: Proporcionalidade
Autor: Kiwamen2903 - Seg Out 17, 2011 19:43

Boa noite, sou novo por aqui, espero poder aprender e ajudar quando possível! A minha resposta ficou assim:


De 1889 até 2001 temos 29 anos bissextos a começar por 1892 (primeiro múltiplo de 4 após 1889) e terminar por 2008 (último múltiplo de 4 antes de 2011). Vale lembrar que o ano 1900 não é bissexto, uma vez que é múltiplo de 100 mas não é múltiplo de 400.

De um ano normal para outro, se considerarmos a mesma data, eles caem em dias consecutivos da semana. Por exemplo 01/01/2011 – sábado, e 01/01/2010 – sexta.

De um ano bissexto para outro, se considerarmos a mesma data, um cai dois dias da semana depois do outro. Por exemplo 01/01/2008 (ano bissexto) – Terça – feira, e 01/01/09 – Quinta-feira.

Sendo assim, se contarmos um dia da semana de diferença para cada um dos 01/01 dos 122 anos que separam 1889 e 2011 mais os 29 dias a mais referentes aos anos bissextos entre 1889 e 2011, concluímos que são 151 dias da semana de diferença, o que na realidade nos trás: 151:7= 21x7+4, isto é, são 4 dias da semana de diferença. Logo, como 15/11/2011 cairá em uma terça-feira, 15/11/1889 caiu em uma sexta-feira.