por marioitalo » Qua Out 15, 2008 20:26
Olá a todos,
Estive lendo a resolução de um problema que consistia em provar que

, o que é equivalente a

Pois bem, acontece que o primeiro passo para quem elaborou o gabarito foi transformar

em

Não consigo entender de onde saiu essa expressão. Consegui enxergar apenas que

foi fatorado de

, que

foi fatorado de

e

de

Alguém pode me socorrer, porque estou há um tempão tentando enxergar de onde surgiu esse desdobramento, se foi baseado em algum teorema, se foi por derivada, integral, intuição... O pior é que deve ser algo bem banal e tá me deixando maluco.
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por admin » Sex Out 17, 2008 05:33
Olá
marioitalo, boas-vindas!
Somente partindo desta expansão em particular eu ainda também não percebi qual foi a expressão considerada inicialmente e o objetivo na demonstração. Talvez a idéia fique mais clara enviando a resolução completa para apreciarmos.
Vale dizer que não há apenas uma prova ou demonstração para esta soma de cubos, há várias.
Não sei se sua dúvida é apenas esta ou se a idéia de outra demonstração ajudaria.
Por exemplo, uma possibilidade é considerar a seguinte expansão:

E antes de variarmos

de

a

, escrevemos assim:

Fazendo

variar, temos:

Repare que somando todos os membros, do lado esquerdo teremos vários cancelamentos, e do lado direito colocamos em evidência a soma dos cubos, dos quadrados e dos naturais:

Chamando de


Agora consideramos a soma dos quadrados obtida de forma análoga:

E também esta mais comum:


Expandindo a quarta potência, fazendo as outras distributivas e isolando

, obtemos:
![S = \left[ \frac{n(n+1)}{2} \right]^2 S = \left[ \frac{n(n+1)}{2} \right]^2](/latexrender/pictures/4821ca5ca58652f298baeddc25359095.png)
Até mais!
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por marioitalo » Sex Out 17, 2008 15:41
Muito obrigado pela resposta e pelas boas vindas, Fabio.
Segue abaixo o desenvolvimento completo da questão.
Obs.: Eu consegui chegar à expressão

fazendo a expansão de

, como se fosse

considerando

e

e rearrumando os termos, mas ainda assim não sei como se chegou àquela outra expressão.
Abraço.
Editado pela última vez por
marioitalo em Sex Out 17, 2008 23:41, em um total de 1 vez.
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por admin » Sex Out 17, 2008 18:03
Olá
marioitalo!
Agora a idéia criativa da demonstração ficou mais clara.
Antes, um detalhe de edição que percebi: na segunda parte, 2ª e 3ª linhas, faltou o símbolo fatorial em

.
Sobre a sua dúvida para a escolha de

daquela forma, podemos dizer que sim, foi uma "intuição" tática.
A origem desta idéia surge ao observar onde queremos chegar, ou seja:
![S = \left[ \frac{n(n+1)}{2} \right]^2 S = \left[ \frac{n(n+1)}{2} \right]^2](/latexrender/pictures/4821ca5ca58652f298baeddc25359095.png)
Em destaque, este produto:

.
Quem criou a demonstração queria "fazer surgir" fatoriais para após as simplificações ficar com o produto

.
Note que

pode ser representado de outras formas conforme conveniência na prova.
Como aquela foi a escolha, estas são as condições para que a expressão se mantenha verdadeira:
De modo que os termos de grau 2 e 1 sejam anulados, ficando o de grau 3 com coeficiente 1:

Há outras demonstrações também bem interessantes e criativas. Li sobre uma geométrica que consta no livro do Simmons, cálculo com geometria analítica. Meu livro deve chegar na próxima semana, caso não tenha e queira ver posso postar depois por aqui.
Bons estudos!
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por marioitalo » Dom Out 19, 2008 03:05
Olá Fabio,
Desculpe a demora em responder, mas é que comecei a seguir uma série de sites sobre o assunto que me levaram até aqui:
http://en.wikipedia.org/wiki/Pochhammer_symbol, uma página da Wikipedia falando sobre o símbolo de Pochhammer, que representa o "rising sequential product" ou fatorial ascendente (não sei se a tradução é exatamente essa), que guarda grande similaridade com a tal expressão inicial que postei. Pesquisando mais um puco, cheguei a esse PDF:
http://www.escolademestres.com/qedtexte/tomo1serieamostra.pdf, um manual de seqüências e séries. Lá pela página 14 ele resolve o mesmo problema usando o tal produto fatorial, com a diferença que lá ele usa o descendente e naquela demonstração que postei acredito que tenha sido usado o ascendente.
É mais ou menos assim: Seja

um polinômio fatorial da forma

Considerando que:
Podemos exprimir um polinômio

em função dos polinômios fatoriais

sendo

e

os restos das divisões abaixo:




Achando esses restos

, já caimos direto na expressão que foi utilizada dentro do somatório na resolução postada anteriormente, qual seja:

Se não quisermos obter esses restos, basta atribuir

como foi feito naquele primeiro caso e, ao final, zerarmos os coeficientes de

e



E aqui finalmente a bendita expressão aparece!
Bem, é isso. Se eu escrevi alguma besteira, por favor me corrijam...
Obrigado pela ajuda, Fabio.
Abraço.
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por admin » Ter Out 28, 2008 15:40
Olá
marioitalo!
Também peço desculpas pela demora em responder, mas atualmente não estou tão presente por aqui.
Eu também não conhecia aquela forma simplificada de representar os produtos.
É mais uma evidência da necessidade em cálculos deste tipo, visando facilitar a notação.
Aproveito para dar parabéns ao seu interesse em pesquisar!
Eu havia comentado sobre uma demonstração geométrica que consta no livro do Simmons, veja que interessante.
Antes, o autor destaca que a prova partindo desta expressão

é apenas uma extensão da idéia "do grande teólogo-matemático-cientista-escritor francês Blaise Pascal" que provou a fórmula para a soma dos

primeiros quadrados a partir desta expansão:

Eis a demonstração geométrica:
Começando no ponto

, assentamos segmentos sucessivos de comprimentos

etc. e finalmente um de comprimento

atingindo o ponto

.
Fazemos o mesmo sobre a reta

perpendicular a

, de modo que

A área do quadrado é, portanto,
![S = \left[ \frac{n(n+1)}{2} \right]^2 \;\;\;\;\;\;\;\;\;\; (I) S = \left[ \frac{n(n+1)}{2} \right]^2 \;\;\;\;\;\;\;\;\;\; (I)](/latexrender/pictures/ef1e8ba07673690d2ed033da1ee52ff1.png)
Entretanto, o quadrado é a soma de

regiões em forma de

, indicadas na figura:

Qual é a área de

? Essa região pode ser dividida em dois retângulos, como na figura. Assim
![L_n = n \left[ \frac{n(n+1)}{2} \right] + n \left[ \frac{(n-1)n}{2} \right] L_n = n \left[ \frac{n(n+1)}{2} \right] + n \left[ \frac{(n-1)n}{2} \right]](/latexrender/pictures/dc5e67880aa252f02d42941ed68fe34a.png)
![= \frac12 n^2 \left[ (n+1)+(n-1) \right] = n^3 = \frac12 n^2 \left[ (n+1)+(n-1) \right] = n^3](/latexrender/pictures/498ab8afa9df2fb164437055465b4ad7.png)
Conseqüentemente,

e comparando

e

temos
![1^3 + 2^3 + \cdots + n^3 = \left[ \frac{n(n+1)}{2} \right]^2 1^3 + 2^3 + \cdots + n^3 = \left[ \frac{n(n+1)}{2} \right]^2](/latexrender/pictures/0bd14a9561c0c92449b75c5655e22aa0.png)
Bons estudos e até mais!
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Como resolvo uma questao desse tipo:
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Alguem me ajuda? Agradeço desde já.
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V = (1/3)*pi*r²*h ----> h = 4r/3
V = (1/3)*pi*r²*(4r/3) ----> V = (4*pi/9)*r³
Derivando:
dV/dr = (4*pi/9)*(3r²) -----> dV/dr = 4pi*r²/3
Para dr = 20 cm/s = 0,2 m/s e R = 2 m ----> dV/0,2 = (4*pi*2²)/3 ----> dV = (3,2/3)*pi ----> dV ~= 1,066*pi m³/s
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Temos que o volume é dado por:
Temos, portanto, o volume em função do raio. Podemos diferenciar implicitamente ambos os lados da equação em função do tempo, para encontrar as derivadas em função do tempo:
Sabendo que a taxa de variação do raio é 0,2 m/s e que queremos ataxa de variação do volume quando o raio for 2 m:

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