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equação geral da reta atraves de determinante

equação geral da reta atraves de determinante

Mensagempor Christianobelli » Qua Mai 28, 2008 09:31

Acho que todos sabem que podemos conseguir a equação geral da reta através de um determinante, se soubermos dois pontos da reta. Do seguinte modo:
para os pontos A(1,0) e B(0,1)
|x y 1|
|1 0 1|
|0 1 1|
ou seja, temos que colocar x e y e mais os dois pontos no determinante, completando a última coluna com 1.

Minha pergunta: Porque completar essa coluna com 1?

Aguardo resposta urgente, desde ja agradeço.
Christianobelli
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Re: equação geral da reta atraves de determinante

Mensagempor admin » Qua Mai 28, 2008 19:03

Olá Christianobelli, seja bem-vindo!

Ainda é necessário dizer que este determinante deve ser nulo para encontrarmos a equação geral da reta:

\begin{vmatrix}
   x & y & 1 \\ 
   1 & 0 & 1 \\
   0 & 1 & 1 \\
\end{vmatrix}
= 0

Então, além da importância da sua pergunta, também valeria o comentário sobre o "zero".


Há um conjunto de argumentos que justificam esta coluna com 1.
Vamos caminhar por eles e após este percurso, sua pergunta estará respondida.

O primeiro passo é retornar um pouco no conceito da condição para alinhamento de três pontos.
De fato, sua pergunta surge nesta condição, pois a obtenção da equação da reta é nada mais do que a utilização deste teorema:

Três pontos A(x_1,y_1), B(x_2,y_2) e C(x_3,y_3), são colineares se, e somente se:

D =
\begin{vmatrix}
   x_1 & y_1 & 1 \\
   x_2 & y_2 & 1 \\
   x_3 & y_2 & 1 \\
\end{vmatrix}
= 0

Perceba que na obtenção da equação geral da reta, B e C são pontos distintos do plano cartesiano, de modo que x_2, y_2, x_3, y_3 são números reais (constantes) conhecidos. E se o ponto A(x_1, y_1) percorre a reta, então x_1 e y_1 são variáveis.
Esta condição de colinearidade entre os três pontos, é que nos permite obter a equação geral da reta daquela forma.

Então, agora podemos discutir sobre a coluna completada com 1, refletindo sobre a condição para alinhamento de três pontos.
Para isso, vamos procurar "descobrir" quais deveriam ser os números \alpha, \beta e \gamma:

D =
\begin{vmatrix}
   x_1 & y_1 & \alpha} \\
   x_2 & y_2 & \beta \\
   x_3 & y_2 & \gamma \\
\end{vmatrix} = 0


Devemos nos perguntar: quais as formas possíveis do alinhamento entre três pontos distintos, em relação aos eixos?

Há três possibilidades, em uma delas os A, B e C possuem a mesma ordenada, ou seja, estão alinhados horizontalmente, de modo que: y_1 = y_2 = y_3:
pontos_alinhados_horizontalmente.jpg


Lembrando de outra propriedade que também pode ser demonstrada é que se uma matriz M, de ordem n \geq 2, tem duas filas paralelas (duas linhas ou duas colunas) formadas por elementos respectivamente proporcionais, então det M = 0.

Neste caso atual que estamos analisando, procuramos \alpha, \beta e \gamma que sejam respectivamente proporcionais a y_1, y_2 e y_3, mas y_1 = y_2 = y_3 = k, com k \in \Re, o que implica em \alpha = \beta = \gamma = 1 como a única possibilidade que atende à proporcionalidade.
A nulidade do determinante é conseqüência da proporcionalidade entre a 2ª e 3ª colunas.



Em outra possibilidade, A, B e C possuem a mesma abscissa, ou seja, estão alinhados verticalmente, de modo que: x_1 = x_2 = x_3:
pontos_alinhados_verticalmente.jpg


Analogamente, neste caso, procuramos \alpha, \beta e \gamma que sejam respectivamente proporcionais a x_1, x_2 e x_3, mas x_1 = x_2 = x_3 = k, com k \in \Re, também implicando em \alpha = \beta = \gamma = 1 como a única possibilidade que atende à proporcionalidade.
Aqui, a nulidade do determinante é conseqüência da proporcionalidade entre a 1ª e 3ª colunas.


A terceira possibilidade para o alinhamento dos pontos ocorre quando a reta que os contém, não é paralela nem ao eixo x, nem ao eixo y:
pontos_alinhados_nao_paralelos_aos_eixos.jpg


Pela semelhança dos triângulos ABD e BCE, temos a seguinte proporção:
\frac{AD}{BE}=\frac{DB}{EC}

E utilizando as coordenadas:
\frac{x_2-x_1}{x_3-x_2}=\frac{y_2-y_1}{y_3-y_2}

(x_2-x_1)\cdot(y_3-y_2)=(x_3-x_2)\cdot(y_2-y_1)

(x_2-x_1)\cdot(y_3-y_2) - (x_3-x_2)\cdot(y_2-y_1) = 0

Fazendo a distributiva:
x_2y_3 - x_2y_2 - x_1y_3 + x_1y_2 - (x_3y_2 - x_3y_1 - x_2y_2 + x_2y_1) = 0

x_2y_3 - \cancel{x_2y_2} - x_1y_3 + x_1y_2 - x_3y_2 + x_3y_1 + \cancel{x_2y_2} - x_2y_1 = 0

x_2y_3 - x_1y_3 + x_1y_2 - x_3y_2 + x_3y_1 - x_2y_1 = 0 \;\;\;\;\; (I)


E comparando com o determinante, para obtermos \alpha, \beta e\gamma:

D =
\begin{vmatrix}
   x_1 & y_1 & \alpha} \\
   x_2 & y_2 & \beta \\
   x_3 & y_2 & \gamma \\
\end{vmatrix} = 
x_1y_2\gamma + y_1\beta x_3 + \alpha x_2x_3 - \alpha y_2x_3 - x_1\beta y_3 - y_1x_2\gamma

Para que D=0 e reordenando as parcelas:

\alpha x_2x_3  - x_1\beta y_3 + x_1y_2\gamma - \alpha y_2x_3 + y_1\beta x_3  - y_1x_2\gamma = 0 \;\;\;\;\; (II)

(I) e (II) \Rightarrow \alpha = \beta = \gamma = 1.

Vale ressaltar que consideramos pontos A, B e C distintos.
Caso dois dos pontos sejam coincidentes, a matriz terá um par de linhas iguais, e, analogamente, a nulidade do determinante resultará que \alpha = \beta = \gamma = 1, da mesma forma.

Também cabe uma demonstração para a recíproca (volta \Leftarrow) do teorema que é verdadeira, ou seja, se D = 0, A, B e C são colineares.


Veja que além de termos provado o teorema (ida \Rightarrow) de que três pontos A(x_1,y_1), B(x_2,y_2) e C(x_3,y_3), são colineares se, e somente se:

D =
\begin{vmatrix}
   x_1 & y_1 & 1 \\
   x_2 & y_2 & 1 \\
   x_3 & y_2 & 1 \\
\end{vmatrix}
= 0

Fizemos o questionamento sobre \alpha, \beta e \gamma, supondo desconhecer que a 3º coluna possui os termos iguas a 1:

D =
\begin{vmatrix}
   x_1 & y_1 & \alpha \\
   x_2 & y_2 & \beta \\
   x_3 & y_2 & \gamma \\
\end{vmatrix}
= 0

E verificamos que para que as condições da colinearidade sejam atendidas, em todos os casos possíveis, necessariamente, \alpha = \beta = \gamma = 1.


Por fim, retornando ao caso da obtenção da equação geral da reta, conforme comentado, o que ocorre é uma utilização direta deste teorema, considerando que os dois pontos conhecidos (x_1, y_1) e (x_2, y_2) pentencem à reta.
Consideramos um ponto genérico (x,y) que percorre toda a reta e estabelecemos a condição de colinearidade do teorema aos outros dois conhecidos, ficando:

\begin{vmatrix}
   x & y & 1 \\ 
   x_1 & y_1 & 1 \\
   x_2 & y_2 & 1 \\
\end{vmatrix}
= 0

O desenvolvimento deste determinante resultará na equação geral da reta:

\underbrace{(y_1-y_2)}_a\cdot x + \underbrace{(x_2-x_1)}_b\cdot y + \underbrace{(x_1y_2-x_2y_1)}_c = 0



Christianobelli, devo comentar que muitas vezes as perguntas mais simples não possuem respostas tão diretas.
De qualquer forma, espero ter ajudado!
Fábio Sousa
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Re: equação geral da reta atraves de determinante

Mensagempor joaoalvesneto » Qui Jul 23, 2009 22:07

Simplesmente ANIMALL!
adorei essa explicação
ficou super claro
puts valeu mesmo ein cara :y: :y: :y: :y: :y:
joaoalvesneto
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Assunto: Proporcionalidade
Autor: silvia fillet - Qui Out 13, 2011 22:46

Divida o numero 35 em partes diretamente proporcionais a 4, 10 e 14. Em seguida divida o mesmo numero em partes proporcionais a 6, 15 e 21. explique por que os resultados sao iguais.


Assunto: Proporcionalidade
Autor: silvia fillet - Sáb Out 15, 2011 10:25

POR GENTILEZA PODEM VERIFICAR SE O MEU RACIOCINIO ESTÁ CERTO?

P1 = K.4 SUBSTITUINDO K POR 1,25 P1= 5
P2 = K.10 SUBSTITUINDO K POR 1,25 P2= 12,50
P3 = K.13 SUBSTITUINDO K POR 1,25 P3= 17,50

P1+P2+P3 = 35
K.4+K.10+K.13 = 35
28 K = 35
K= 1,25


P1 = K.6 SUBSTITUINDO K POR 0,835 P1= 5
P2 = K.15 SUBSTITUINDO K POR 0,835 P2 = 12,50
P3 = K.21 SUBSTITUINDO K POR 0,835 P3 = 17,50
K.6+K.15+K.21 = 35
42K = 35
K= 0,833


4/6 =10/15 =14/21 RAZÃO = 2/3

SERÁ QUE ESTÁ CERTO?
ALGUEM PODE ME AJUDAR A EXPLICAR MELHOR?
OBRIGADA
SILVIA


Assunto: Proporcionalidade
Autor: ivanfx - Dom Out 16, 2011 00:37

utilize a definição e não se baseie no exercícios resolvidos da redefor, assim você terá mais clareza, mas acredito que sua conclusão esteja correto, pois o motivo de darem o mesmo resultado é pq a razão é a mesma.


Assunto: Proporcionalidade
Autor: Marcos Roberto - Dom Out 16, 2011 18:24

Silvia:
Acho que o resultado é o mesmo pq as razões dos coeficientes e as razões entre os números são inversamente proporcionais.

Você conseguiu achar o dia em que caiu 15 de novembro de 1889?


Assunto: Proporcionalidade
Autor: deiasp - Dom Out 16, 2011 23:45

Ola pessoal
Tb. estou no redefor
O dia da semana em 15 de novembro de 1889, acredito que foi em uma sexta feira


Assunto: Proporcionalidade
Autor: silvia fillet - Seg Out 17, 2011 06:23

Bom dia,
Realmente foi uma sexta feira, como fazer os calculos para chegar ?


Assunto: Proporcionalidade
Autor: ivanfx - Seg Out 17, 2011 07:18

Para encontrar o dia que caiu 15 de novembro de 1889 você deve em primeiro lugar encontrar a quantidade de anos bissextos que houve entre 1889 à 2011, após isso dá uma verificada no ano 1900, ele não é bissexto, pois a regra diz que ano que é múltiplo de 100 e não é múltiplo de 400 não é bissexto.
Depois calcule quantos dias dão de 1889 até 2011, basta pegar a quantidade de anos e multiplicar por 365 + 1 dia a cada ano bissexto (esse resultado você calculou quando encontrou a quantidade de anos bissextos)
Pegue o resultado e divida por 7 e vai obter o resto.
obtendo o resto e partindo da data que pegou como referência conte a quantidade do resto para trás da semana.


Assunto: Proporcionalidade
Autor: silvia fillet - Seg Out 17, 2011 07:40

Bom dia,
Será que é assim:
2011 a 1889 são 121 anos sendo , 30 anos bissextos e 91 anos normais então temos:
30x366 = 10.980 dias
91x365 = 33.215 dias
incluindo 15/11/1889 - 31/12/1889 47 dias
33215+10980+47 = 44242 dias

44242:7 = 6320 + resto 2

è assim, nâo sei mais sair disso.


Assunto: Proporcionalidade
Autor: ivanfx - Seg Out 17, 2011 10:24

que tal descontar 1 dia do seu resultado, pois 1900 não é bissexto, ai seria 44241 e quando fizer a divisão o resto será 1
como etá pegando base 1/01/2011, se reparar bem 01/01/2011 sempre cai no mesmo dia que 15/01/2011, sendo assim se 01/01/2011 caiu em um sábado volte 1 dia para trás, ou seja, você está no sábado e voltando 1 dia voltará para sexta.então 15/11/1889 cairá em uma sexta


Assunto: Proporcionalidade
Autor: Kiwamen2903 - Seg Out 17, 2011 19:43

Boa noite, sou novo por aqui, espero poder aprender e ajudar quando possível! A minha resposta ficou assim:


De 1889 até 2001 temos 29 anos bissextos a começar por 1892 (primeiro múltiplo de 4 após 1889) e terminar por 2008 (último múltiplo de 4 antes de 2011). Vale lembrar que o ano 1900 não é bissexto, uma vez que é múltiplo de 100 mas não é múltiplo de 400.

De um ano normal para outro, se considerarmos a mesma data, eles caem em dias consecutivos da semana. Por exemplo 01/01/2011 – sábado, e 01/01/2010 – sexta.

De um ano bissexto para outro, se considerarmos a mesma data, um cai dois dias da semana depois do outro. Por exemplo 01/01/2008 (ano bissexto) – Terça – feira, e 01/01/09 – Quinta-feira.

Sendo assim, se contarmos um dia da semana de diferença para cada um dos 01/01 dos 122 anos que separam 1889 e 2011 mais os 29 dias a mais referentes aos anos bissextos entre 1889 e 2011, concluímos que são 151 dias da semana de diferença, o que na realidade nos trás: 151:7= 21x7+4, isto é, são 4 dias da semana de diferença. Logo, como 15/11/2011 cairá em uma terça-feira, 15/11/1889 caiu em uma sexta-feira.